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quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Um inutensílio.


A poesia é um inutensílio. A única razão da poesia é que ela faz parte daquelas coisas inúteis da vida que não precisam de justificativa porque elas são a própria razão de ser da vida. Querer que a poesia tenha um porquê, querer que a poesia esteja a serviço de alguma coisa é a mesma coisa, por exemplo, que você querer que um gol do Zico tenha uma razão de ser, tenha um porquê, além da alegria da multidão. É a mesma coisa que querer, por exemplo, que um orgasmo tenha um porquê. É a mesma coisa que querer, por exemplo, que a alegria da amizade, do afeto, tenha um porquê. A poesia faz parte daquelas coisas que não precisam ter um porquê. Pra que porquê?

P. Leminski.

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