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quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Filme: O Som ao Redor (divagação)




O som ao redor é a constante martelada que tira o sono. Aos poucos, se faz mais e mais insuportável. É um caos silencioso, uma catástrofe muda. É a empregada que passa a roupa descalça e o patrão que corre o risco de sofrer um processo trabalhista, caso ela tome um choque. É o neto de família abastada que resolve roubar som de carro pra se divertir. É o cachorro do vizinho que uiva a noite toda.

Este som ao redor é aterrorizante, porque é capaz de motivar o som que vem de dentro, que está aparentemente bem protegido pelo muro, pela porta trancada, pela segurança particular. É um eco, não assumido, do preconceito, dos incômodos que as diferenças sociais são capazes de trazer.

A metáfora das distancias que existem, mas que se mantém, sem esforços, tão próximas dentro de uma sociedade, é expressa pelos ruídos que atiçam de dentro pra fora toda a podridão velada. Melhor começarmos a dar ouvidos e, melhor, tentar entender O Som ao Redor.

Uma letra qualquer sobre amor


                                             
Conversa comigo 
faz cafuné
cobre meu pé

ensaboa a barriga
veste a roupa
faz uma comida boa

diz que a mãe vai me aceitar como nora
me conta uma história

faz cara de boba
tira minha roupa
compra chocolate
divide e dá uma metade

faz planos
vai durar mais que os anos
o nosso amor

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Rotina parte I


                                             
A vulnerabilidade que a rotina - e os utensilios que fazem parte dela - traz é percebida quando se esta fora dela. 
Banheiro sem pia ou vaso sanitário; colchão diferente, lençol mal cheiroso; suco de mamão. 
Coisas banais que assustam pela maneira como chegam inesperadamente em sua vida e causam, inicialmente, desconforto, medo, fraqueza. 
O que nos mantém fortes? O pão que estamos acostumados a comer no café da manhã? A água quente que cai do chuveiro? A roupa passada que trocamos após o banho? 

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Aos mineiros de Potosí

Dentro da montanha ñ há uma grande preocupaçao
Ñ é preciso esquentar os pensamentos até virarem carvao

Os homens que ali trabalham vivem o presente
Ñ sabem se irao sair e rever seus entes

O que eles fazem é oferecer a
Pachamama e a Tio sua fé

Esperam que em troca
Os deuses lhe deem uma generosa dose
De proteçao e que saiam da grande mina
Saos

(*revisao ortográfica será feita assim que eu tiver acesso a um teclado brasileiro. Digitado em um teclado castelhano.)