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quarta-feira, 23 de junho de 2010

vai te chamar

excluir o número do contato da agenda telefônica.
não tem mais essa de excluir das suas redes sociais. o negócio mesmo é excluir os seus próprios perfis. aí sim você elimina qualquer chance de ser encontrado, bisbilhotado, stalkeado, seja lá o verbo pertinente a esta ação que designa 'querer saber da vida do outro'.
pronto.
está a salvo, no seu mundo particular.
mas há de se admitir que não há muitas soluções à respeito da imprevisibilidade das coisas.
encontrar, por um acaso, em um ponto de ônibus que você nunca imaginaria encontrar, por exemplo, estava em seus planos? tem como excluir essas situações do seu alcance como se apaga as mensagens, joga no 'lixo' os emails e por aí vai?
parece que não.
estava nos seus plano o encontro do metrô?
não adianta se esconder atrás dos fios de cabelo que dispersos caem sobre seu rosto. esconder a curiosidade.
é tão engraçado ver a aflição tímida nos seus dedos que mexem no cabelo como se não tivessem mais nada interessante para se fazer. é como balançar as pernas quando o ócio espreita.
bobagem.
todos esses movimentos involuntários só refletem como a imagem daquele ser que fora enterrado ainda te aflige. mexe contigo. te deixa descabido. entorta seu caminho. te deixa sem palavras.
só resta a certeza de que possibilidades - que, por excelência, são todas futuras - são impossíveis de serem apagadas da agenda, do celular, da caixa de entrada, das redes sociais.