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domingo, 11 de dezembro de 2011

vem estar

entregue à imensidao de nada
deixe a matemática
a conta exata
a balança
o que foi
o que deveria ser
deixa estar
acontecer
sem pesar

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

o que te faz viver


gostaria de saber quais sao seus sonhos.

ficar em casa, acordar depois do almoço, pegar duas fatias de pao de forma e comer. tomar um copo de suco, agua, refrigerante, leite.

esperar a tarde, fazer um arroz, fritar qualquer coisa, preparar uma salada - se tiver.

lavar a louça.


se forem estes, apenas fale. nao quero q sejam os meus. mas algo deve te motivar. diferente dos q me motivam, q me fazem seguir.

so queria te conhecer. ouvir o q ai dentro te faz seguir. talvez vc nao se preocupe com isso, nem pare pra pensar no q te faz ir. talvez somente causas biologicas te mantem vivendo. mas acredito que nao, pq vc tem fé.

so q gostaria de acreditar no q vc tem pra falar e, nao, simplesmente, no que eu prefiro crer para nao achar q sua existencia seja tao simples.

o q seria o contrario disso. qm seria vc se nao fosse isso?

minha criatividade nao comporta tantos porquês, tantas possibilidades q poderiam ser.

me pego no desespero do tempo q se passa. nao somente para vc, mas mais pra mim, talvez.


dias





vc pode dizer que sou vulgar
ir pra outro lugar
tentar se encaixar em outros braços e me deixar

nao diga que nao foram rosas
que nao viu o céu
que nao sentiu o perfume do café
que o cobertor nao cobriu seu pé

talvez foi a falta de fé
a insegurança de viver cada dia com leveza
com cuidado, sem ter pressa de reviver o que foi passado

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

amor nao tem q ser no preterito imperfeito

nao ia. é. presente.
nao pode fragmentado, entrecortado.
se for pra ser em dose, q seja um shot de absinto
que desça doce, quente. deixe embreagado a cada virada.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

bolo de chocolate com cereja

a vontade que dá
é como se fosse
querer devorar um bolo bem fofinho de cenoura
coberto com uma espessa camada de chocolate

está na sua frente
toda hora, belisca um pedacinho
mas aqui é diferente

não se trata de um objeto inanimado
este também tem vontades
que independem das suas

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

who knows


quem sabe ele volta

vai e vem

isso eu sei


mas o que ficou não mudou

aumentou

se revirou

causou

dormiu

acordou

se tranquilizou

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

do desejo


o que é o desejo?
move os corpos para se atirarem a outros corpos
de matérias ideias ou apenas celestiais

afogam-se em prazeres e encharcam-se de suor licoroso que cheira desejo

domingo, 13 de novembro de 2011

we are

we are
verbo amar
not i am

não querer sozinho ficar
junto estar
we [a] [m] are


sexta-feira, 11 de novembro de 2011

as cartas que não enviei

você quer ler meus poemas bregas?
vou te mostrar
mas o que posso fazer
se na minha inspiração você insiste ficar?

não. não disse que és brega.
mas é que a paixão nos torna
sem noção de uma estética mais apurada

deixa a gente mole
vulnerável às inquietudes mais covardes
que dormem enquanto não acordamos pro amor

domingo, 30 de outubro de 2011

verão

sem inspiraçao para escrever
não encontra nada interessante pra ler
abre mais uma lata e lá vai se esconder

em pleno sábado a noite,
o som que vem de fora
canta os vizinhos, sem assunto pra contar,
assistem os aviões passar

assim também segue
ouvindo pássaros que anunciam uma noite quente, úmida e solitária
típica de um verão.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

macio

sim, há doçura por trás desta etérea postura

se figura dentre mil costuras
tecendo fetiches

nunca flerta com a realidade que não se mistura

vive no eterno conflito entre a candura e a extrema loucura

mas continua a cair naquele chão macio coberto por mil gravuras