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quinta-feira, 4 de abril de 2013

O armário


Ainda  não compreendi o que estava escrito ali
Confissões de um sedentário
Que passara anos escondido dentro de um armário

Rabiscava as paredes
E deixara minúsculos bilhetes
Afim de alguém que pudesse ouvir suas preces

Ele rogava por ser ouvido, que alguém lesse o que havia dito
Eram murmúrios, lamentações, iras e acusações
Não entendia porque havia nascido

Sempre pensou que não estava protegido
De alguma maneira, cobrava por seu coração ser tão partido
Sabia que sozinho não adiantava mais

Via vultos, figuras que vinham de algum lugar
O desespero e a sede o fizeram levantar
Ao sair, viu que havia tempo, conhecia aquela realidade

Mas andara engessado pela sua própria enfermidade

Um comentário:

  1. Porém, nem sempre o individuo.
    Mais precavido é o que mais vive.
    E que o maior perigo
    De quem vive com medo
    É morrer sem ter vivido.

    http://apoesiaestamorrendo.blogspot.com.br/



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