O som ao redor é a
constante martelada que tira o sono. Aos poucos, se faz mais e mais
insuportável. É um caos silencioso, uma catástrofe muda. É a empregada que
passa a roupa descalça e o patrão que corre o risco de sofrer um processo
trabalhista, caso ela tome um choque. É o neto de família abastada que resolve
roubar som de carro pra se divertir. É o cachorro do vizinho que uiva a noite
toda.
Este som ao redor é
aterrorizante, porque é capaz de motivar o som que vem de dentro, que está
aparentemente bem protegido pelo muro, pela porta trancada, pela segurança
particular. É um eco, não assumido, do preconceito, dos incômodos que as
diferenças sociais são capazes de trazer.
A metáfora das
distancias que existem, mas que se mantém, sem esforços, tão próximas dentro de
uma sociedade, é expressa pelos ruídos que atiçam de dentro pra fora toda a
podridão velada. Melhor começarmos a dar ouvidos e, melhor, tentar entender O
Som ao Redor.
Já estou me envergonhando de ainda não ter assistido, sendo daqui e tendo até amigos no elenco...
ResponderExcluirolha, vá assistir, meu caro. é realmente atormentador. (=
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