A poesia é um inutensílio. A única razão da poesia é que ela
faz parte daquelas coisas inúteis da vida que não precisam de justificativa
porque elas são a própria razão de ser da vida. Querer que a poesia tenha um
porquê, querer que a poesia esteja a serviço de alguma coisa é a mesma coisa,
por exemplo, que você querer que um gol do Zico tenha uma razão de ser, tenha
um porquê, além da alegria da multidão. É a mesma coisa que querer, por
exemplo, que um orgasmo tenha um porquê. É a mesma coisa que querer, por
exemplo, que a alegria da amizade, do afeto, tenha um porquê. A poesia faz
parte daquelas coisas que não precisam ter um porquê. Pra que porquê?
P. Leminski.
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