Quando era criança, costumava chorar sozinha.
Antes de dormir, puxava o cobertor pra cobrir a cabeça.
Não soluçava, não emitia um gemido sequer. Mas chorava.
Sentia-se sozinha.
Uma sensação de total vazio. O mundo era um buraco e ela se fazia um cisco de pó naquela imensidão negra.
Hoje, chora sozinha, no chuveiro.
Uma maneira de não admitir o choro, que enquanto água que cai dos olhos e se mistura com a correnteza do banho, não assume o pranto.
Não se sente mais o ínfimo nada de pó.
Se enxuga, veste algo e se perfuma. Sai pra rua em direção a mais um domingo.
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